A Ucrânia revelou, nesta quinta-feira (21), imagens de destroços encontrados em Dnipro, após um ataque atribuído à Rússia. O governo ucraniano acusa Moscou de utilizar um míssil balístico intercontinental (ICBM) no bombardeio, marcando uma possível escalada sem precedentes nos mais de mil dias de guerra. Caso a acusação seja confirmada, será a primeira vez que a Rússia emprega esse tipo de armamento desde o início da invasão em fevereiro de 2022.
As fotos, divulgadas por uma fonte do setor de Segurança da Ucrânia, mostram fragmentos metálicos espalhados pelo local atingido. Contudo, a própria fonte alerta que os restos retratados podem não pertencer exclusivamente a um míssil balístico. Ainda assim, a divulgação das imagens reacendeu o debate internacional sobre o tipo de armamento empregado pela Rússia no conflito.
Uso de ICBM é questionado por especialistas
Apesar das acusações ucranianas, uma autoridade ocidental, que pediu anonimato, expressou ceticismo quanto ao uso de um ICBM no ataque. O míssil balístico intercontinental é projetado principalmente para carregar ogivas nucleares e atingir alvos estratégicos a longas distâncias. Seu uso em conflitos convencionais é incomum devido ao custo e à logística envolvidos.
A CNN informou que está consultando especialistas em armamentos para revisar as fotos divulgadas pela Ucrânia. O objetivo é determinar se os destroços podem ser associados a um ICBM ou a outro tipo de míssil balístico. Até o momento, não há confirmação independente do tipo de armamento utilizado no ataque.
Impacto e resposta internacional
O suposto ataque com um míssil balístico intercontinental em Dnipro levanta preocupações sobre uma possível intensificação da guerra. Autoridades ucranianas classificaram o incidente como “um ato de terror contra civis”, reiterando que a Rússia continua a visar áreas urbanas sem justificativa militar.
Os Estados Unidos e a OTAN, principais aliados da Ucrânia, ainda não se pronunciaram formalmente sobre o tipo de armamento usado no ataque, mas observadores indicam que um movimento como esse pode alterar significativamente a dinâmica do conflito.
“Se for confirmada a utilização de um ICBM, isso pode ser visto como uma demonstração de força e um recado claro ao Ocidente”, afirmou um analista militar britânico, destacando que armas desse calibre são frequentemente associadas à dissuasão nuclear.