A Ucrânia disparou mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow contra alvos na Rússia nesta quarta-feira (20), intensificando ainda mais a guerra em curso entre os dois países. A ação ocorre após a utilização de mísseis ATACMS fabricados pelos Estados Unidos em território russo no dia anterior, em uma série de ataques que têm gerado uma resposta contundente de Moscou. Relatos de correspondentes de guerra russos e uma fonte anônima confirmaram que os Storm Shadows atingiram alvos na região de Kursk, com pelo menos 14 grandes explosões sendo ouvidas, acompanhadas por imagens de fragmentos dos mísseis.
O alcance dos Storm Shadows é superior a 250 km, permitindo à Ucrânia atingir alvos no interior da Rússia, o que representa uma significativa capacidade ofensiva. De acordo com fontes russas, até 12 desses mísseis foram lançados, confirmando a escalada dos ataques além da linha de frente. No entanto, um porta-voz do Estado-maior ucraniano afirmou que não tinha detalhes adicionais sobre a operação.
Reação de Moscou e as tensões com os aliados ocidentais
O governo britânico, que já havia autorizado anteriormente o uso de Storm Shadows em solo ucraniano, se absteve de comentar sobre a operação atual, mantendo uma postura reservada sobre questões operacionais. Por outro lado, Moscou reagiu com preocupação, considerando o uso dessas armas em território russo uma escalada significativa, o que poderia alterar a dinâmica do conflito. O Kremlin, por sua vez, ameaçou ajustar sua doutrina nuclear em resposta aos ataques, uma mudança que aumenta ainda mais as tensões.
O uso do mísseis ATACMS, que também têm longo alcance, já havia gerado uma forte reação de Moscou, que anunciou uma mudança em sua postura nuclear, alegando que os ataques contra suas infraestruturas seriam um “ponto de inflexão”. Para a Ucrânia, os mísseis de longo alcance são vistos como uma ferramenta crucial para atacar instalações russas vitais no interior do território. Embora analistas militares considerem improvável que esses mísseis alterem de forma decisiva o rumo da guerra, eles são vistos como uma forma de fortalecer a posição da Ucrânia, especialmente em batalhas-chave, como as travadas em Kursk, onde as forças russas enfrentam crescente resistência.