A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu ex-vice na chapa de 2022, o general da reserva Braga Netto, e outros 35 nomes, incluindo militares e aliados políticos, por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A lista inclui figuras como o general Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).
Os indiciados são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa. As penas para esses crimes variam entre 3 e 12 anos de prisão.
Estruturação em núcleos golpistas
De acordo com o relatório final da investigação, que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os envolvidos operavam em seis núcleos distintos:
- Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Incitação de Militares ao Golpe
- Núcleo Jurídico
- Apoio Operacional às Ações Golpistas
- Inteligência Paralela
- Execução de Medidas Coercitivas
Esses grupos teriam agido de forma coordenada com o objetivo de anular o resultado das eleições de 2022, que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.
Próximos passos
O relatório da PF será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia ao STF. Caso as acusações sejam aceitas, os indiciados se tornarão réus e enfrentarão julgamento.
Bolsonaro já havia sido indiciado em outros dois casos neste ano: o esquema das joias sauditas e a suposta fraude no cartão de vacinas. Este novo inquérito, contudo, é considerado o mais grave, pois aponta para uma tentativa direta de ruptura democrática.
Se condenados, os envolvidos podem enfrentar penas severas e a perda de direitos políticos, marcando um ponto de inflexão no cenário político brasileiro.