A prolongada falta de água em 20 bairros do Rio de Janeiro, causada por defeitos na rede da concessionária Águas do Rio, tem gerado caos e denúncias de abuso no preço de caminhões-pipa. A interrupção, que inicialmente seria solucionada em 72 horas após a manutenção do sistema Guandu, se estendeu por todo o fim de semana, agravando os transtornos.
Preços abusivos e falta de fiscalização
Moradores do condomínio San Francisco Residence, na Grande Tijuca, relataram que o custo de caminhões-pipa, que em condições normais gira em torno de R$ 700, chegou a até R$ 7 mil durante a crise — dez vezes mais. Além disso, síndicos denunciaram que muitos fornecedores se recusam a emitir nota fiscal, o que caracteriza crime contra a economia popular.
A Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor abriu um processo para investigar as cobranças abusivas, enquanto o Procon Carioca notificou a Águas do Rio para que justifique as falhas no abastecimento.
Impactos pela cidade
- Moradores improvisam: No San Francisco Residence, a água da piscina está sendo usada para tarefas domésticas básicas, como descarga e limpeza.
- Serviços prejudicados: Escolas, restaurantes e até hospitais enfrentam dificuldades. Cirurgias eletivas foram suspensas e instituições de ensino como UERJ e Unirio reduziram atividades.
- Prejuízo no comércio: Restaurantes, como o Costelas, acumulam perdas de até R$ 5 mil por dia devido à compra de galões d’água e redução no movimento.
Causa do problema
A Águas do Rio informou que uma válvula travada no sistema de retorno do abastecimento foi responsável pelo incidente. A normalização segue de forma gradativa, mas o incidente já resultou em processos administrativos pela Agenersa, que apura possíveis falhas nas medidas mitigatórias durante a manutenção do Guandu.
Enquanto a crise não se resolve, a população enfrenta o desafio de suprir suas necessidades básicas e superar os abusos no fornecimento emergencial de água.