O pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro por anistia ao Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado à sua participação em uma trama golpista, tem sido interpretado como uma ameaça, segundo o colunista Tales Faria. A declaração foi feita nesta sexta-feira (29) durante o UOL News.
O contexto do apelo
Em entrevista à revista Oeste, Bolsonaro voltou a negar as acusações descritas no relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado, reiterando sua solicitação de perdão aos envolvidos. A fala veio em um momento delicado, em que o ex-presidente enfrenta pressões jurídicas e políticas devido às revelações da investigação da PF.
“Não é um apelo, é uma ameaça”
Para Tales Faria, a fala de Bolsonaro vai além de um simples pedido de clemência: “Na verdade, não é um apelo; é uma ameaça. Quem pensou em matar foi ele e seus seguidores. Foi o plano golpista. Ali há violência, matança”, declarou o colunista. Ele aponta que a postura do ex-presidente reforça uma narrativa que busca intimidar as instituições democráticas, lançando dúvidas sobre as consequências de um enfrentamento judicial mais severo.
Repercussão política
O pedido de anistia reacendeu debates sobre a responsabilização de figuras públicas por atos contra a democracia. Setores políticos e da sociedade civil têm reagido com cautela, alertando para o risco de mensagens que possam enfraquecer o papel das instituições e estimular discursos de impunidade.
Bolsonaro, por sua vez, segue negando as acusações e apostando em uma narrativa de perseguição política, enquanto cresce o cerco judicial contra ele e seus aliados.