O chefe da inteligência estrangeira russa, Sergei Naryshkin, declarou nesta quarta-feira (20) que a Rússia retaliará os países da OTAN que ajudarem a Ucrânia a realizar ataques com mísseis de longo alcance contra o território russo. A ameaça surgiu após o presidente Vladimir Putin atualizar a doutrina nuclear da Rússia, o que, segundo Naryshkin, torna impossível derrotar o país no campo de batalha, especialmente diante do apoio ocidental à Ucrânia.
Em uma entrevista à revista National Defence, Naryshkin afirmou que a determinação de Putin em proteger os interesses da Rússia, utilizando todos os meios necessários, está dificultando as ações dos aliados ocidentais, principalmente os Estados Unidos e a União Europeia. Ele destacou que qualquer participação da OTAN em ataques profundos contra a Rússia com armas ocidentais não ficará impune.
A declaração de Naryshkin ocorre no contexto de um recente uso de mísseis ATACMS, fornecidos pelos EUA, pela Ucrânia, que atingiu o território russo na terça-feira (19). Esse ataque foi possível devido a uma permissão dada pelo governo de Joe Biden, no que marca o milésimo dia da guerra.
No mesmo dia, Putin aprovou uma atualização em sua política nuclear, diminuindo o limite para o uso de armas nucleares da Rússia em resposta a ataques convencionais. De acordo com Naryshkin, essa mudança aumenta a gravidade das intenções russas, enfatizando a necessidade de o Ocidente conter suas ações para evitar um confronto direto, que poderia resultar em “consequências catastróficas”.
Embora a Rússia tenha dado essa declaração contundente, o Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos afirmou que não vê razão para ajustar sua postura nuclear. Washington e seus aliados continuam focados em apoiar a Ucrânia, enquanto a Rússia reforça suas ameaças, o que aumenta a tensão global e as incertezas sobre o futuro da guerra e das relações internacionais.