Em um comunicado publicado nesta quarta-feira (20) em suas redes sociais, Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, afirmou que a gigante francesa do varejo se compromete a não comercializar mais carne proveniente do Mercosul, que engloba Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A carta foi endereçada a Arnaud Rousseau, presidente do sindicato francês FNSEA, em meio aos protestos de agricultores franceses contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que inclui, entre outros pontos, a importação de carne.
Bompard destacou que a decisão do Carrefour visa responder às preocupações dos agricultores franceses, que temem uma “inundação” do mercado com carne que não atende aos padrões e exigências do setor agrícola da França. A carta não especifica se a medida se aplicará a todas as lojas do Carrefour na Europa ou apenas à França, mas a declaração reforça o compromisso da empresa com os pecuaristas franceses e a qualidade da carne comercializada no país.
O Carrefour, segundo o CEO, espera inspirar outros atores do setor agroalimentar e impulsionar um movimento de solidariedade que busque garantir a origem francesa da carne. Bompard também fez um apelo a outros setores, como a restauração fora de casa, que é responsável por mais de 30% do consumo de carne na França, para que se unam ao compromisso de não comprar carne do Mercosul.
Impacto nas operações brasileiras do Carrefour
Apesar da decisão na França, o Grupo Carrefour Brasil informou ao portal g1 que as operações no Brasil não serão afetadas. A empresa destacou que continuará comprando carne de frigoríficos brasileiros, e que a medida tomada por Bompard não alterará suas práticas de abastecimento no país. Isso indica que, enquanto a França toma medidas devido à pressão interna dos agricultores, as lojas do Carrefour no Brasil manterão seu fornecimento de carne conforme já praticado.
O movimento ocorre em um momento de intensificação dos protestos na França, com agricultores expressando suas preocupações em relação ao acordo com o Mercosul, e a iniciativa do Carrefour de se comprometer com a exclusão da carne do bloco pode ser vista como uma resposta a essas pressões, com a empresa buscando se alinhar com os interesses dos pecuaristas franceses.