Na Coreia do Sul, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Seul na noite desta quarta-feira (4), exigindo a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol. O protesto foi desencadeado pela polêmica imposição de lei marcial na terça-feira, que foi rapidamente invalidada pelo Parlamento, controlado pela oposição.
Uma noite de velas e tensão
Os manifestantes, reunidos na icônica Praça Gwanghwamun, carregavam velas e cartazes com palavras de ordem, como “Renuncie imediatamente!” e “Traição não será perdoada!”. Em uma marcha que se dirigia ao gabinete presidencial, no distrito de Yongsan, os participantes foram contidos por um forte cordão policial, mas prometeram continuar os atos nos próximos dias.
A oposição formalizou um pedido de impeachment do presidente, acusando-o de abuso de poder e tentativa de subverter a democracia ao justificar a lei marcial com acusações vagas contra supostas “forças pró-Coreia do Norte”.
Lei marcial e desdobramentos
O decreto de Yoon Suk Yeol, que substituía leis civis por normas militares, suspendeu temporariamente direitos como liberdade de expressão e de manifestação. Embora tenha sido revogado após a decisão do Parlamento, o ato gerou indignação nacional e internacional, sendo visto como uma tentativa de centralizar poder em meio a uma crise política já em curso.
O futuro político de Yoon
Com os protestos ganhando força e o pedido de impeachment tramitando, o governo de Yoon enfrenta seu maior desafio desde que assumiu o poder em 2022. Sua relação com a oposição, já marcada por confrontos, deteriorou-se ainda mais após o decreto, e sua base de apoio político parece estar encolhendo rapidamente.
O gabinete presidencial ainda não se pronunciou oficialmente sobre os protestos ou o pedido de impeachment. Enquanto isso, analistas alertam que a crise pode abalar a estabilidade democrática da Coreia do Sul, país que já enfrentou turbulências políticas graves no passado.